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Resenha (91) - Corte de Espinhos e Rosas

Corte de Espinhos e Rosas

Sinopse:
Em Corte de Espinhos e Rosas, um misto de A Bela e A Fera e Game of Thrones, Sarah J. Maas cria um universo repleto de ação, intrigas e romance.
Depois de anos sendo escravizados pelas fadas, os humanos conseguiram se libertar e coexistem com os seres místicos. Cerca de cinco séculos após a guerra que definiu o futuro das espécies, Feyre, filha de um casal de mercadores, é forçada a se tornar uma caçadora para ajudar a família. Após matar uma fada zoomórfica transformada em lobo, uma criatura bestial surge exigindo uma reparação.
Arrastada para uma terra mágica e traiçoeira que ela só conhecia através de lendas , a jovem descobre que seu captor não é um animal, mas Tamlin, senhor da Corte Feérica da Primavera. À medida que ela descobre mais sobre este mundo onde a magia impera, seus sentimentos por Tamlin passam da mais pura hostilidade até uma paixão avassaladora. Enquanto isso, uma sinistra e antiga sombra avança sobre o mundo das fadas e Feyre deve provar seu amor para detê-la... ou Tamlin e seu povo estarão condenados.

Resolvi comprar e ler esse livro por um único motivo. A autora, Sarah J. Maas é a mesma autora da série Trono de Vidro e isso foi o suficiente para que eu desse uma chance para Corte de Espinhos e Rosas, mesmo o livro sendo claramente um romance juvenil, estilo que nem sempre eu sou suscetível.

Na verdade, depois de terminado o livro, ainda não consegui decidir se gostei ou não da história. Apesar de ser vendida para o público a ideia de que esse livro é um misto de A Bela e a Fera com Game of Thrones, não há nada do mundo de Westeros nele. Simplesmente não identifiquei uma única passagem no livro que me lembrasse, mesmo que vagamente, de alguma outra passagem da saga escrita por George R. R. Martin. Se alguém achou algo pelo qual comparar as duas obras comentem aí, pois gostaria muito de saber onde nasceu essa loucura. . .

Agora a parte da Bela e a Fera está presente. E é o fato de sabermos que o livro é uma releitura que deixa a história bacana. Isso porque, apesar de ser um livro para jovens adultos, o romance e o desenvolvimento dos personagens é muito conto de fadas. A trama é armada com os mesmos pontos chaves encontrados no clássico da Disney, o que torna tudo meio frágil se deixarmos o entretenimento de lado e passarmos a analisar tudo de forma um pouco mais crítica, mas essa análise é deixada de lado ao sabermos que se trata de uma releitura de uma história infantil, ai tudo faz um pouco mais de sentido e fica fácil relevar alguns pontos na história que seriam considerados falhas amadoras.

A verdade é que para ler Corte de Espinhos e Rosas, você não pode se apegar a pré-julgamentos ou a comparações. É uma história de fantasia, escrita com muita perícia por uma grande autora, com personagens fortes, bom desenvolvimento das personagens além de grandes protagonistas. Uma releitura escrita com talento e é assim que deve ser lido. Se vier em busca de algo de GOT ou de Trono de Vidro vai ficar frustrado e não vai aproveitar a história.

Na trama, narrada em primeira pessoa pela personagem principal, acompanhamos a luta de Freyre para manter sua família viva e alimentada após o declínio financeiro e a um acidente que deixou seu pai incapaz. Grande parte dos mantimentos e do dinheiro da família vem da pouca caça que Freyre consegue na floresta. E é justamente a caça que irá mudar sua vida para sempre.

Um dia, ao encontrar um lobo na floresta, ela o mata, mesmo percebendo que era grande demais e lembrando-se de histórias sobre feéricos que se transmutavam em animais selvagens. Acontece que o lobo era de fato um feérico e sua morte vai ser cobrada.

A noite um outro ser, uma espécie de urso, aparece na cabana da família e exige o cumprimento do contrato de paz forjado entre humanos e feéricos. Uma vida por outra! Porém, ele permite que Freyre viva. Para isso, ele exige que ela volte com ele para suas terras e viva lá para sempre como uma convidada especial. Sem opção, ela embarca em uma viagem para além da fronteira onde vai conhecer melhor seu captor, um Grão-féerico poderosíssimo chamado Tamlin. A partir daí a história tem vários pontos onde podemos ver A Bela e a Fera mas com uma personagem feminina um pouco mais forte e um mundo mais complexo.


Gostei da forma como Sarah J. Maas reescreveu a história de A Bela e a Fera. Criou ótimos personagens e um mundo cheio de possibilidades. A capa do livro também é linda e merece ser citada. Para um primeiro livro começou um pouco devagar, porém, a linha do tempo já foi completada e os próximos livros irão seguir somente o processo criativo da história. Isso também é muito bom e promissor. Também gostei do final, mesmo ele sendo óbvio, gostei dos últimos acontecimentos do livro.

Não gostei de colocarem GOT no meio para aumentar o interesse no livro. Essa comparação é absurda, pelo menos nesse primeiro volume. Se no segundo mudar, então que tal comparação viesse a partir do segundo volume. Também não gostei do gatilho que ela usou para amarrar a trama. A forma como as coisas ocorrem para que ela apareça na corte do Tamlin me pareceu bem fraquinha. Alguns personagens também mereciam uma abordagem mais profunda de suas personalidades.
Mas o que mais me irritava eram as descrições de Tamlin. Lindo, Musculoso, Bronzeado, Lindo. Isso é repetido centenas de vezes e começou a irritar, me obrigando a pular parágrafos, algo que não costumo fazer.


Trechinhos:

“Às vezes eu até mesmo me permitia sonhar com o dia em que minha irmãs estariam casadas e seríamos apenas papai e eu, com comida o suficiente para todos, dinheiro o bastante para comprar tinta, e tempo o bastante para colocar aquelas cores e formas em papel, ou tela, ou nas paredes do chalé.”

“Trincando os dentes, poderia ter exigido respostas dele – ter gritado para onde o feérico ainda seguia lentamente adiante, ignorando minha presença. Mas, então, pássaros cantando passaram por mim, e uma brisa leve beijou meu rosto. Vi um portão de metal ladeado por uma cerca viva adiante.
Minha prisão ou salvação... não pude decidir.
O portão se abriu sem porteiro ou sentinela, e a besta seguiu para atravessá-lo. Querendo eu ou não, minha égua seguiu.”

“- Fiz uma promessa – falei, a respiração falhando. – para minha mãe, quando ela morreu. Que eu cuidaria de minha família. Que eu cuidaria deles. Tudo o que fiz, cada dia, cada hora, foi por causa daquela promessa. E só porque eu estava caçando para salvar minha família, para colocar comida em suas barrigas, agora sou forçada a quebrar a promessa.”

“...-Mas, seu eu fosse velho o suficiente, teria. Contra a escravidão, contra a tirania, eu marcharia feliz para  minha morte, não importando de quem fosse a liberdade que eu defendia.”

Sarah J. Maas
Conclusão:
Toda a técnica e o talento de Sarah J. Maas está presente no livro. A personagem principal é tão forte quanto a Celaena de Trono de Vidro, confirmando um traço da autora que é criar grandes mulheres em suas histórias. A trama é fraca mas tem muito potencial, apenas não entrem nessa história criando muitas expectativas pela sinopse e vão conseguir se entreter com um bom livro que pode vir a ser uma ótima saga.

Autora: Sarah J. Maas
http://sarahjmaas.com/
Livro: Corte de Espinhos e Rosas (A Court of Thorns and Roses)
Editora: Galera Record (Bloomsbury)
http://www.galerarecord.com.br/
http://www.bloomsbury.com/us/
Ano: 2015
Páginas: 434

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