Filosofia e Filosofias - Juvenal Savian Filho
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O livro é composto de três unidades:
A Unidade 1 abre algumas portas da Filosofia para quem não a conhece e
permite a quem já a conhece atravessá-las com um olhar renovado.
A Unidade 2 é uma coleção de temas significativos do nosso dia a dia
que aqui são tratados filosoficamente. Eles vão do sentido da existência ao
sentido do conhecimento, passando pela sexualidade, amizade, ética, arte,
política, religião, pelo amor e pela busca da felicidade.
A Unidade 3, por sua vez, organiza de modo pedagógico alguns elementos
que contribuem para o estudo sistemático da História da Filosofia.
Tudo neste livro foi preparado com muito cuidado para aproveitarmos ao
máximo a companhia dos filósofos e filósofas, esses nossos amigos mais
velhos! Textos dos próprios pensadores são estudados em detalhe, com análises
de vocabulário, conceitos e estruturas argumentativas. Dados históricos
atualizados são apresentados ao longo de todo o livro, além de atividades
dissertativas, textos complementares, biografias e exercícios de fixação do
conteúdo e de reflexão sobre o cotidiano, dando maior clareza sobre os
vínculos da atividade filosófica com a vida. As reflexões deste livro partem
sempre da experiência e da prática dos outros saberes (sobretudo as artes e
as ciências). Por essa razão, os capítulos também terminam com dicas
culturais (principalmente literárias e cinematográficas), científicas e
filosóficas, a fim de podermos continuar viagem pelos caminhos do pensamento
sobre o pensamento.
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Psicanálise sem Édipo? - Philippe Van Haute e Tomas Geyskens
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Em Psicanálise sem Édipo?, Philippe Van Haute e Thomas Geyskens partem
dos estudos de Freud e de Lacan sobre a histeria a fim de defender duas teses
maiores. Primeiro, trata-se de se perguntar sobre o que existe na latência da
teoria freudiana da sexualidade, para além da insistência no caráter
normativo de modelos de socialização do desejo baseados na estrutura de
conflitos própria ao complexo de Édipo. Essa latência indica a possibilidade
de uma peculiar “psicanálise sem Édipo”, a saber, uma psicanálise mais capaz
de lidar com a polimorfia da sexualidade humana. Nesse sentido, os esforços
de Van Haute e de Geyskens se inscrevem em uma elaboração psicanalítica
original do impacto da crítica do familiarismo, tal como desenvolvido em um
importante setor da filosofia contemporânea, como podemos ver, por exemplo,
em Foucault e em Deleuze e Guattari.
No entanto, o verdadeiro objetivo se desvela mais à frente,
explicitando-se no último capítulo deste impressionante livro. Trata-se da
defesa de uma antropologia filosófica baseada naquilo que os autores entendem
por “patoanalítica”. Abandonando o esquema tradicional de compreensão das
relações entre normalidade e patologia, na qual uma antropologia normativa
encontra expressão perfeita em um conceito de normalidade que servirá de
orientação para as múltiplas modalidades de intervenção clínica, Van Haute e
Geyskens procuram inverter esse sistema de valores. Dessa forma, as
patologias se demonstram indissociáveis das formas de expressão da
antropologia. Como dizia Lacan, não há sujeito sem sintoma. Da mesma forma,
não há antropologia, não há reflexão sobre a natureza humana sem pathos.
Tal perspectiva nos abre a orientações inovadoras, tanto para a
clínica quanto para a reflexão filosófica. Pois se trata, por um lado, de se
perguntar o que significa curar um pathosque expressa, à sua maneira, o que
define a especificidade do anthropos. Não seria o caso de inicialmente
denunciar, como condição para toda forma de “cura”, a verdadeira pedagogia do
desejo que parece assombrar nossos conceitos de normalidade? Por outro lado,
aparece uma antropologia que se serve continuamente da produção de anomalias
e desvios como condição para sua própria realização, o que nos leva a uma
visão muito mais rica e complexa da experiência humana.
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