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Resenha (98) - Rainha das Sombras - Trono de Vidro 4


Sinopse:
Todos que Celaena Sardothien amou lhe foram tirados. Mas finalmente chegou a hora da retribuição. A vingança promete ser tão dura quanto o aço da Espada de Orynth — a espada de seu pai. Finalmente Celaena retornou ao império; por justiça, para resgatar seu reino e confrontar as sombras do passado.
A assassina está morta. Ela abraçou a identidade de Aelin Galathynius, rainha de Terrasen. Mas antes de reclamar o trono, precisa lutar. E ela vai lutar. Por seu primo, a Puta de Adarlan, o general do Norte... um guerreiro preparado para morrer por sua soberana; por seu amigo Dorian, um príncipe preso em uma inimaginável prisão; por seu povo, escravizado por um rei cruel e à espera do retorno triunfante de sua líder; por seu carranam e a libertação da magia.
Ao avançar em seu plano, no entanto, Aelin precisa tomar cuidado com velhos inimigos. E abrir o coração para novos e improváveis aliados. Tudo isso enquanto os valg continuam trabalhando nas sombras. E Manon Bico Negro, a Líder Alada das Treze, treina suas bestas voadoras. Mas é de Morath, a fortaleza montanhosa do Duque de Perrington, que uma ameaça como nenhuma outra promete destroçar seu grupo de rebeldes e sua corte recém-formada.

Este é o quinto livro da série Trono de Vidro se contarmos o spin-off A Lâmina da Assassina, que tem resenha aqui no Blog. Mais uma vez Sarah J. Maas consegue atender as expectativas com sua narrativa envolvente e o ritmo frenético com que escreve o pontos altos da história. Apesar de ter cadenciado um pouco a trama no começo e já estar abusando com o lenga lenga amoroso dos personagens, a autora conseguiu mais uma vez escrever um grande livro que engrandeceu ainda mais a série. O difícil foi ignorar a descaraterização dos principais personagens no que diz respeito ao lado amoroso de cada um. Neste quesito, o melhor comentário que vi é que parece existir um livro extra entre Herdeira do Fogo e Rainha das Sombras porque muitas coisas simplesmente não fazem sentido.

São várias as reviravoltas que acontecem na história, com destaque para o primeiro encontro entre Celaena e Manon e a entrada de Lysandra como parte importante da trama. Agora com os personagens amadurecidos e desenvolvidos o suficiente, Mass se sentiu à vontade para explorar todo o potencial da história que criou, aprofundando a trama e chegado em um fantástico clima no final. Sobrou até mesmo espaço para um anti-herói improvável na saga, mas essa parte só entende quem chegou até o final do livro.

A narrativa também sofreu mudanças. Maas retomou a mesma pegada do primeiro livro, envolvendo diversos fatos sobre os principais personagens alternando os acontecimentos conforma a trama se desenrola.

As amarrações entre os acontecimentos estiveram perfeitas e esse livro poderia ser perfeito, se não fosse a vontade intrínseca em cada página de torná-lo um romance teen, meio sexy/meio tolo, ao invés de uma aventura fantástica tal qual a sua origem e contexto.

A história continua exatamente onde terminou A Herdeira do Fogo.  Aelin retorna a Ardalan em busca de vingança e tenta conquistar o máximo de aliados possível, ao mesmo tempo em que tenta salvar seu primo da morte certa pelas mãos do rei, se entender com Chaol pois precisam trabalhar juntos, acertar as contas (finalmente =)) com um certo rei do submundo e se possível, salvar Dorian das trevas.

Ainda tem um pouco da dramatização criada no livro anterior quanto Celaena não consegue se mexer, fica detida pelo medo e pela indecisão, muitas vezes parecendo uma garotinha indefesa e não uma das rainhas mais poderosas da terra. Mas desta vez os dilemas de Aelin ficaram bem na trama e não deixaram a leitura cansativa, exceto pelo lento do Rowan e pela forma como sua relação acontece. Sinceramente, ainda não sei como que Rowan saiu de pentelho no final do primeiro livro para verdadeiro amor logo nas primeiras páginas de outro livro.

Para não dar nenhum spoiler, afinal é o quarto livro da sequência da saga e qualquer fato pode estragar o suspense, deixo apenas a afirmação de que este foi provavelmente o melhor livro até agora. Mais uma vez a autora se superou no final e deixou uma trama fortíssima para os livros que ainda estão por vir, quando a verdadeira batalha e o verdadeiro inimigo será desafiado, não mais pelo bem de Terrassen  ou de Aelin, mas sim pela salvação de todos.


O que mais gostei foi do momento em que Aelin finalmente se encontra por quem é e senta a porrada em todo mundo. Manon também se mostrou uma personagem fortíssima, como esperavam os fãs, a tal ponto que chegava a competir com Aelin pelo monopólio da trama. E com certeza, o melhor do livro é o final e a direção que a saga toma após o clímax. Como já coloquei este como o melhor livro da série, não tem muito mais que possa ser dito.

Senti falta de um Aedion melhor. Esperava muito dele e as coisas não correram como imaginei que seria. Dorian também mal aparece, por motivos óbvios no livro, mas mesmo assim com este são dois livros onde o príncipe é deixado de lado. Além disso, de longe a maior falha da autora foi o que fez com Chaol. Ela criou um triangulo amoroso e depois não sabia o que fazer e acabou optando por um rumo que tornou o capitão e a Alein em pessoas totalmente diferente das que conhecíamos e agindo totalmente diferente do que agiriam. Faltou vontade de resolver as coisas de uma forma mais bacana, sem prejudicar a personalidade de nenhum personagem. A impressão que ficou é que a série Corte de Espinhos e Rosas está influenciando demais os pensamentos da autora quanto as relações amorosas de Trono de Vidro.

Trechinhos:
"Ela era a herdeira do fogo.
Ela era fogo e luz e cinzas e brasa. Era Aelin Coração de Fogo e não se curvaria para nada nem ninguém, exceto a coroa que era dela por direito e por sobrevivência e por triunfo".

"Aelin era uma nuvem rodopiante de morte, uma rainha das sombras, e aqueles homens já eram carniça."

"- Você também me faz querer viver, Aelin Galathynius - declarou o guerreiro - Não existir, mas viver - Rowan segurou o queixo dela com a mão em concha e respirou para se acalmar, como se tivesse pensado em cada palavra nos últimos três dias, diversas vezes - Passei séculos perambulando pelo mundo, de impérios a reinos e desertos, nunca me estabeleci, jamais parei... nem por um momento. Estava sempre olhando para o horizonte, sempre imaginando o qu esperava do outro lado do oceano seguinte, sobre a montanha seguinte. Mas acho... acho que o tempo todo, durante todos aqueles séculos, só estava procurando por você."

"Os aldeões pararam quando viram a aliança parada, no alto da projeção da rocha que ficava acima do vale no qual tinham estabelecido seus lares. Manon sacou Ceifadora do Vento. Então os gritos recomeçaram."

Sarah J. Maas
Conclusão:
A história tomou um rumo ótimo e Sarah J. Maas é de fato muito habilidosa para escrever fantasia, cria personagens e mundo ótimos e envolventes e os finais são sempre algo para deixar o leitor sem palavras. Mas essa habilidade some na hora de criar romances. São fracos, sem sentido, nunca é levada em conta a personalidade dos personagens, que são descontruídos apenas para criar uma cena ‘hot’ em um livro que não tem esse apelo. Isso é muito irritante para quem está lendo. Agora que essa patifaria amorosa parece ter acabado podemos esperar um quinto livro tão bom quanto foi o primeiro, mas se a autora seguir nessa linha ela vai conseguir aos poucos acabar com uma das melhores séries de fantasia da última década, transformando – a em um quase romance de baixa categoria.

Autora: Sarah J. Maas
http://sarahjmaas.com/
Livro: Rainha das Sombras (Queen of Shadowns)
Editora: Galera Record (Bloomsbury)
http://www.galerarecord.com.br/
http://www.bloomsbury.com/us/
Ano: 2016 (2015)
Páginas: 644

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