A Experiência Interior -
Georges Bataille
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Nesse caso, seria para nós necessário – e, além do mais, possível,
“fácil” – fazer da ferida uma festa, uma força da doença. A poesia em que se
perdesse mais sangue seria a mais forte. A aurora mais triste? anunciadora da
alegria do dia.
A poesia seria o signo que anuncia dilaceramentos interiores maiores.
A musculatura humana só estaria inteiramente em jogo, só atingiria seu mais
alto grau de força e o movimento perfeito da “decisão” – o que, seja como
for, o ser exige – no transe extático.
Não se pode liberar de seus antecedentes religiosos a possibilidade –
que, apesar das aparências, permanece aberta ao descrente – da experiência
mística? liberá-la da ascese do dogma e da atmosfera das religiões?
liberá-la, numa palavra, do misticismo – a ponto de ligá-la à nudez da
ignorância?
Para além de todo saber está o não-saber, e quem se absorvesse no
pensamento de que, para além de seu saber, não sabe nada, ainda que tivesse a
inexorável lucidez de Hegel, não seria mais Hegel, e sim um dente doído na
boca de Hegel. Só uma boa dor de dente é o que estaria faltando ao grande
filósofo?
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Lançamentos de Agosto da Autêntica
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