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Lançamentos de Abril da Autêntica

O Tempo que Resta - Giorgio Agamben
Num de seus primeiros livros, Infância e História, Giorgio Agamben sustenta que a cultura moderna não conseguiu elaborar uma ideia do tempo de acordo com sua concepção da história. Isso se deve, explica, à herança grega que, para além de suas diferenças, segue presente na representação cristã do tempo que a cultura moderna secularizou. De fato, retomando uma expressão de Santo Agostinho,
quer se trate do círculo, quer se trate da linha, ou seja, da temporalidade circular dos antigos ou da linearidade dos cristãos, o tempo é sempre concebido como uma sucessão contínua de pontos. E, desse modo, a experiência cristã do tempo permanece presa na subordinação ao espaço.
O presente trabalho procura confrontar esse duplo desafio: trazer à luz a experiência cristã do tempo, isto é, do tempo do Messias, para dispor de uma ideia do tempo à altura da dimensão histórica do homem.
Dividido em seis jornadas, o autor se ocupa das dez primeiras palavras da Carta de Paulo aos romanos. Cada uma delas é objeto de um comentário erudito que se alimenta das mais diversas fontes: da própria Escritura, da filosofia, dos midrashim judaicos, do direito romano, da literatura, etc. Todas se encaminham para o mesmo lugar, até um agora que já não é um ponto na sucessão do círculo ou da linha, mas um tempo que resta, que se contrai para abrir o presente à sua dimensão mais íntima.
Dois livros de Agamben são originalmente seminários, A linguagem e a morte, em que aparece pela primeira vez a figura do homo sacer, e o presente trabalho. Na minha opinião, eles representam, em grande parte, os pilares conceituais de sua vasta obra.

O Belo Perigo e A Grande Estrangeira - Michel Foucalt
Até agora inéditos no Brasil, O belo perigo e A grande estrangeira não são textos filosóficos convencionais, têm a singularidade de proporcionar ao leitor a chance de apreciar um dos maiores filósofos contemporâneos falando de si na primeira pessoa. Aqui, manifesta-se um Michel Foucault até então invisível para os leitores.
O belo perigo é um pequeno grande livro que aborda a relação afetiva de Foucault com a arte da escrita – suas potencialidades, limitações e perigos. Em uma entrevista brilhantemente conduzida pelo crítico literário da revista Arts, Claude Bonnefoy, em 1968, destaca-se o Foucault escritor, pensador engajado e crítico permanente de seu próprio pensamento.
A grande estrangeira traz registros de intervenções orais de Foucault realizadas entre 1963 e 1970. Os primeiros textos são transcrições de dois programas de rádio transmitidos em janeiro de 1963, em que o filósofo prolonga suas reflexões de A história da loucura. Há aqui também duas conferências: uma de 1964, sobre linguagem e literatura, e a segunda, de 1970, dedicada ao Marquês de Sade. O livro nos permite descobrir o Foucault leitor – voraz, exigente e brilhante –, além de sua complexa, crítica e estratégica relação com a literatura.

Inventamos ou Erramos - Simón Rodriguez
No Brasil, Simón Rodríguez é um ilustre desconhecido. Suas obras não foram traduzidas para o português e têm sido muito pouco lidas nestas terras. Em certo sentido, não parece um dado menos importante que, nas paragens de Paulo Freire, Simón Rodríguez – que deu um sustento filosófico notável à educação popular no século XIX e talvez seja o primeiro idealizador e realizador de uma escola popular de verdade, absoluta, sem condições – quase não tenha sido lido no Brasil. Acreditamos que é necessário impulsionar essa leitura e confiamos que a tradução da antologia que apresentamos aqui seja um dos primeiros passos de um caminho muito mais extenso.

O Casaco de Marx - Peter Stallybrass
Passados mais de quinze anos de sua primeira edição, os delicados textos de Stallybrass continuam inspirando e comovendo muita gente. A presente edição, de cara nova e com traduções refeitas, vem para o deleite da releitura dos que os leram em sua outra encarnação e para o encanto de uma primeira leitura dos que ainda não tinham tido a oportunidade de encontrá-lo.
Em O casaco de Marx, Peter Stallybrass, em três ensaios que misturam teoria social e lirismo, política cultural e histórias pessoais, literatura e teoria econômica, traça um amplo panorama da poética e da política da roupa. Ele nos faz pensar sobre nossa relação com as roupas e com as coisas em geral. Descreve as roupas como objetos que se moldam à nossa forma humana, à nossa memória, e que carregam a nossa marca. Essa marca se torna mais evidente quando temos de lidar com as roupas deixadas por nossos mortos. Além de lançar mão de episódios de sua própria vida, Stallybrass percorre a vida de Karl Marx para saber o que acontecia com seu casaco quando escrevia O capital.

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