Celaena está na terras de
sua tia Maeve em um suposto trabalho para o rei (quem leu o segundo livro
entenderá) mas, mais do que isso, está em busca de respostas. As perguntas da
assassina podem ser respondidas por Maeve, mas essa não está disposta a
cooperar e obriga Celaena a realizar um árduo treinamento com um parente
distante, poderoso, belo e imortal, um féerico puro sangue e um príncipe. Seu
nome é Rowan e ele irá se tornar um dos melhores personagens desse terceiro
livro e no final passará a fazer parte da corte de Celaena, ou melhor
dizendo, Aelin Ashryver Galathynius.
O treinamento é árduo e o
príncipe no começo não respeita Aelin, tratando-a como um estorvo e uma
garota mimada e mortal. Com enormes dificuldades em lidar com a dor e com o
luto, a princesa e herdeira de Terrasen não consegue avançar no treinamento,
uma vez que reconhecer sua herança é reconhecer quem ela é, e isso se mostra
doloroso demais no momento, ainda mais depois da traição de Chaol e da morte
da única amiga a princesa Nehemia.
Do outro lado do mundo,
Chaol continua tentando proteger a todos que ama sem trair o seu reino.
Porém, não poderá ficar em cima do muro por muito mais tempo e os
acontecimentos vindouros o obrigará a escolher um lado, a enfrentar o futuro
que mais temeu e a finalmente decidir quem ele mesmo é.
Aedion é um dos novos
personagens porém já chega como um dos protagonistas. Ele tem um laço de
sangue com Celaena e é seu guardião, protetor e futuro rei desde o berço.
Também é um dos líderes da resistência e finalmente irá descobrir que Aelin
está viva. Essa descoberta irá mudar a vida de todos os envolvidos e o
desfecho do príncipe Aedion fica em aberto no final do livro, mas tudo indica
que seu papel na história está longe de acabar.
Outro destaque inserido
agora na série é Manon, uma bruxa Bico Negro, herdeira do clã e extremamente
poderosa. Aparece pouco mas podemos esperar muito dela pois se mostra um
personagem tão forte quanto os demais, talvez quase tão forte quanto Celanea,
mas ainda é cedo para afirmar qualquer coisa, apenas posso dizer que adorei a
Manon até aqui.
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O que mais gostei foram dos
novos personagens. Rowan e Aedion são fortíssimos e fazem o melhor estilo
bad-ass, nos colocando imediatamente em um estado de ansiedade pelo que está
por vir e pelo potencial que os três príncipes têm em uma possível e
praticamente inevitável guerra. Também gostei do desenvolvimento de Dorian.
Apesar de ainda ser relegado a um segundo plano, no final mostra todo o poder
interno que tem como pessoa e a expectativa pelo que vai acontecer com ele no
quarto livro é enorme.
Finalmente iremos descobrir
também como a magia sumiu, ou ao menos ter uma ideia. Essa informação me
parece ser a base para o quarto livro da série.
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Não gostei do que a autora
fez com Chaol. Nesse livro ele deixa de ser uma rocha sólida, do tipo de
homem que sempre sabe o que fazer para parecer um menino mimado e chorão.
Apesar de ser importante na construção do personagem, não combinou muito bem
com o capitão que conhecíamos. Também senti falta mais uma vez de um relato
mais detalhado sobre o rei e sobre as chaves de Wyrd. Sei que faltam 3 livros
ainda mas acho que está na hora de entendermos melhor a verdadeira base da
história que é a supremacia de Ardalan e seu rei sobre todos os outros reinos
usando a magia.
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Trechinhos:
“A assassina bebeu da jarra
de vinho - ou tentou. Estava vazia, o
que imaginou ser uma benção, porque, pelos deuses, como a cabeça girava.
Precisava de água e de mais teggya. E talvez algo para o lábio cortado, que
doía gloriosamente, e para a bochecha arranhada, que conseguira na noite
anterior em uma das tabernas da cidade.”
“Não foi a mobília de
carvalho entalhada, ou as cortinas verdes desbotadas, ou o calor da lareira
que fizeram com que Celaena parasse subitamente. Foi a mulher de cabelos
pretos sentada atrás da mesa. Maeve, rinha dos feéricos. Tia dela.”
“Manon não se incomodou em
reparar nos detalhes das feições conforme a veia espessa na garganta do homem
pulsava. As bruxas não precisavam de sangue para sobreviver, mas os humanos
também não precisavam de vinho. As Sangue Azul eram exigentes em relação ao
sangue que bebiam – virgens, rapazes, garotas bonitas -, mas as Bico Negro
não se importavam muito.”
“Os homens pararam ao dar
com Aedion de pé diante deles, ainda encapuzado. O general sacou as facas e
murmurou: - Nenhum de vocês vai deixar este beco vivo.”
“Ela ergueu o rosto para as
estrelas. Era Aelin Ashryver Galathynius, herdeira de duas linhagens
poderosas, protetora de um povo um dia glorioso e rainha de Terrasen. Ela era
Aelin Ashryver Galathynius - e não
teria medo.”
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Conclusão:
Herdeira do Fogo é um típico
livro do meio. Um pouco mais morno, mais cadenciado e elaborado com o intuito
de instruir o leitor sobre o universo da saga, amadurecer os personagens e
principalmente aparar algumas arestas soltas, além é claro de fornecer a base
para as continuações. Mas tenho que admitir que Sarah J. Maas sabe como fazer
um bom livro. Mesmo sendo um livro do meio ele não é enfadonho, não é
cansativo e tem um final muito melhor e muito mais emocionante que alguns
desfechos de trilogias por ai. Definitivamente, depois desse livro, A saga
Trono de Vidro entrou para meu seleto Hall de Melhores séries já escritas.
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Autora:
Sarah J. Maas
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Livro: Herdeira do Fogo (Heir of Fire)
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Editora: Galera Record (Bloomsbury)
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Ano: 2015
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Páginas: 518
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