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Resenha (84) - Perdido em Marte


Sinopse:
Há seis dias, o astronauta Mark Watney se tornou a décima sétima pessoa a pisar em Marte. E, provavelmente, será a primeira a morrer no planeta vermelho. Depois de uma forte tempestade de areia, a missão Ares 3 é abortada e a tripulação vai embora, certa de que Mark morreu em um terrível acidente. Ao despertar, ele se vê completamente sozinho, ferido e sem ter como avisar às pessoas na Terra que está vivo. E, mesmo que conseguisse se comunicar, seus mantimentos terminariam anos antes da chegada de um possível resgate. Ainda assim, Mark não está disposto a desistir. Munido de nada além de curiosidade e de suas habilidades de engenheiro e botânico e um senso de humor inabalável , ele embarca numa luta obstinada pela sobrevivência. Para isso, será o primeiro homem a plantar batatas em Marte e, usando uma genial mistura de cálculos e fita adesiva, vai elaborar um plano para entrar em contato com a Nasa e, quem sabe, sair vivo de lá. Com um forte embasamento científico real e moderno, Perdido em Marte é um suspense memorável e divertido, impulsionado por uma trama que não para de surpreender o leitor.

Marte - Foto da Nasa.
Gente, como eu adoro ficção cientifica. Imaginar como vai ser o mundo em um futuro próximo ou não, as tecnologias que teremos a nossa disposição, as coisas que iremos descobrir ou os planetas que iremos visitar é um dos meus hobbies preferidos, sempre acompanhado de algum documentário ou principalmente, de um bom livro do gênero.

E posso afirmar que Perdido em Marte é um bom livro do gênero. Não me decepcionou em nada, pelo contrário me surpreendeu muito, principalmente na veracidade das informações passadas pelo autor no decorrer da trama. A história é escrita baseada em tecnologias que, ou já são realidade, ou são totalmente plausíveis, o que torna todo o enredo algo possível em um futuro muito próximo. Prova disso é o interesse de empresas privadas em financiar a tão sonhada colonização de marte, planeta que como o texto sugere é onde se passa nossa história.

A trama se desenrola através do relato do astronauta Mark Watney em um diário de bordo. O autor criou um personagem carismático, engraçado, irônico e muito inteligente, sendo impossível não se identificar com ele e não começar a torcer por ele desde o começo. Além disso, temos algumas passagens da equipe terráquea da NASA e da tripulação, mas o foco do livro é mesmo o astronauta perdido e a sua luta para sobreviver no planeta. A escrita é confortável para ler, bem dinâmica, bem simples, apesar de todos os cálculos e explicações técnicas que as vezes aparece e mesmo sem ETs, armas, tiros, bombas e explosões, Andy Weir escreveu um livro que prende do começo ao fim e uma história que está longe de ser chata.

Cena do Filme.
O autor usou muitos dados científicos e todas as ações tomadas por Watney e pela NASA no livro são possíveis de ocorrer, o que deixa tudo muito mais interessante, afinal o bacana da ficção cientifica é lidar com coisas que podem ser reais no futuro. Há algumas passagens do livro que parece que estamos tendo uma aula muito simples de física, química ou botânica. Falando nisso, uma das coisas mais legais durante a leitura foi perceber (já sabia, mas tem vezes que não racionalizamos isso) que a tecnologia mais avançada que produzimos, sempre vai se reduzir à física e a química básica. Nosso entendimento sobre o mundo muda quando nos damos conta dessas coisas e ser lembrado disso pelo livro aumentou ainda mais o carinho que já vinha desenvolvendo pela história.
  
Tentativa de plantação. Filme.
Watney é um dos tripulantes da terceira missão enviada a Marte para coleta de materiais e estudos sobre o planeta vermelho. A missão tinha um mês de duração, mas devido a fortes tempestades eles são obrigados a abandonar tudo e voltar para terra, algo previsto no cronograma e no escopo da missão. O que não estava previsto era deixar alguém para trás, mas Mark sofre um acidente durante a fuga e é dado como morto e abandonado por seus companheiros.

Quando desperta, percebe que está sozinho no planeta vermelho, que sua nave já decolou de volta para casa e que ele precisa descobrir uma maneira de se manter vivo e de fazer contato com a NASA para avisar que está vivo. A tarefa não é fácil, principalmente porque ele esta em um planeta onde não existe comida e nada cresce no solo, com rações para não mais do que 5 meses e o único rádio que possuía capaz de fazer contato foi embora para a Terra junto com seus colegas.

Na maior parte do livro iremos acompanhar como o astronauta lida com a situação da sobrevivência e da retomada da comunicação com a Terra. Além disso, como ele mesmo diz, Marte está o tempo todo tentando lhe matar e a cada capitulo temos dificuldades e problemas diferentes que Watney terá de resolver e as explicações, recheadas de ironia e bom humor são o ponto alto do livro.

Veiculo especial usado por Mark.
Nesse meio tempo também acompanhamos a NASA em uma corrida desenfreada para conseguir trazer de volta e com vida seu astronauta perdido. Essa busca por soluções dos dois lados acaba criando um clima de tensão que eu não esperava e, mesmo sem passagens com muita ação, acabamos entrando no clima e torcendo para que tudo de certo. E fazer com que tudo de certo não é a tarefa mais fácil de todas, na verdade, a sobrevivência de Watney parece ser muito mais uma questão de milagre do que de ciência.


Adorei a temática do livro. Viagens no espaço sempre me causaram fascinação e a forma apresentada, como se uma colonização já estivesse em curso em um futuro próximo me animou muito em ler o livro. Outros diferenciais são personagem e seu excelente senso de humor e a realidade sob a qual é baseada a trama. O autor está de parabéns pelo que conseguiu em seu livro de estreia.

Foram poucos detalhes que me desagradaram e a maioria esquecia assim que virava a página. Acho que os detalhes técnicos podiam ter sido um pouco mais simplificados, apesar de serem importantes para a trama e podia ter mostrado um pouco mais o lado político da situação. Mas sinceramente tenho dificuldade em encontrar pontos negativos nesse livro, eu simplesmente adorei.


Trechinhos:

“Precisávamos sair na tempestade para irmos do Hab ao VAM. Seria arriscado, mas que alternativa nós tínhamos? Todo mundo conseguiu, menos eu.”

“Lembra daqueles problemas das aulas de álgebra em que tem água entrando em um recipiente a uma certa velocidade e saindo a uma velocidade diferente e você precisa calcular quando o recipiente vai ficar vazio? Pois é, esse é o conceito crucial para o projeto ‘Mark Watney não vai morrer’, no qual estou trabalhando.”
“Nada? Absolutamente nada? – resmungou Venkat. – Você está brincando comigo? Vinte especialistas trabalharam durante doze horas nesse problema. Temos uma rede de comunicação multibilionária. Vocês não conseguem pensar em nenhuma forma de falarmos com ele?”

“Comecei o dia com um pouco de chá de nada. Chá de nada é fácil de fazer. Primeiro, pegue água quente, depois, não acrescente nada. Experimentei chá de casaca de batata algumas semanas atrás. Quanto menos falar disso, melhor.”

“Se eu voltar a Terra, vou ficar famoso, certo? Um astronauta destemido que venceu todas as adversidades, não é? Aposto que as mulheres gostam disso. Mais uma motivação para permanecer vivo.”

Andy Weir
Conclusão:
Ótimo livro e que ainda resultou em um filme estrelado por Matt Damon. Ficção-cientifica de qualidade, baseada na ciência real e situada em um ponto muito próximo do nosso momento atual. Recomendo o livro e admito que agora aguardo ansioso por mais livros do autor e que siga a mesma linha de escrita e de construção dos personagens, pois Perdido em Marte ficou ótimo do começo ao fim.

Autor: Andy Weir
Livro: Perdido em Marte (The Martian)
Editora: Arqueiro (Crown Publishing Group)
Ano: 2014
Páginas: 336 (387)
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