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Resenha (76) - Jack, O Estripador Em Nova York


Sinopse:
Carver Young sonha ser um detetive, apesar de ter crescido num orfanato, tendo apenas romances policiais e a habilidade de abrir fechaduras para estimulá-lo. Entretanto, ao ser adotado pelo detetive Hawking, da mundialmente famosa Agência Pinkerton, Carver não só tem a chance de encontrar seu pai biológico como também se vê bem no meio de uma investigação de verdade, no encalço do cruel serial killer que estava deixando Nova York em pânico total. Mas quando o caso começa a ser desvendado, a situação fica pior do que ele poderia imaginar, e sua relação com o senhor Hawking e com os detetives da Nova Pinkerton entra em risco. À medida que mais corpos aparecem e a investigação ganha contornos inquietantes, Carver precisa decidir: de que lado realmente está? Com diálogos brilhantes, engenhocas retrofuturistas e a participação de Teddy Roosevelt, comissário da polícia de Nova York que viria a ser presidente dos Estados Unidos, Jack, o Estripador em Nova York desafiará tudo o que você pensava saber sobre o assassino mais famoso do mundo. E o deixará sem fôlego!

Anúncio de jornal.
No comecinho do mês a Vestígio enviou para seus parceiros exemplares exclusivos de seus primeiros lançamentos focados em uma linha um pouco mais jovem, parte da nova estratégia da editora para expandir seu catálogo e atrair mais leitores. Entre Sherlock Holmes e Jack o Estripador, escolhemos o livro aquele que é mais emblemático, mas fascinante apesar de mórbido.

A história do assassino em série mais famoso do mundo já rendeu um enorme coletânea de produtos, desde filmes a livros e referencias em outras obras. Praticamente o mundo todo já ouviu falar do assassino de Whitechapel, que teoricamente matou ao menos 6 mulheres de forma brutal, esviscerando e mutilando seus corpos. O assassino nunca foi pego e nem mesmo foi possível saber quantos crimes cometeu. Baseado nessa história, Jack o Estripador em Nova York narra uma passagem do assassino (fictícia) pela maior cidade americana no final do século XIX.

Cena do filme.
Escrito com todos os elementos que tornam um romance policial irresistível, tais como mistério, investigação, assassinatos, conspiração, corrupção e um belo quebra-cabeças, a obra ainda utiliza informações verídicas sobre o que ocorreu na época misturadas com ficção, dando novos elementos a personalidade do assassino e na forma como realizava seus crimes, além de nos enviar a uma viagem pela Nova York de quase dois séculos atrás. A escrita do autor é muito dinâmica e envolvente, quase sem pontos de paradas, o tipo de escrita que quando percebemos, estamos no final do livro.

Vale ressaltar também o trabalho de capa da Vestígio para este livro. Diferentemente do que vinha ocorrendo em sua linha editorial com capas em tons de cinza e ilustrações ‘fotográficas’. A capa ganhou cores e desenhos, com um suposto Jack aparecendo deixando a obra mais agradável. Gostei muito do trabalho final!

Suposta Vítima do Assassino.
A história se baseia no personagem Carver Young, um jovem órfão que nunca conheceu os pais e que sonho em se tornar detetive. Quase na idade em que será obrigado a abandonar o orfanato, sem rumo e sem futuro, consegue ser recebido sob tutela de um dos mais famosos detetives de Nova York, Albert Hawking. Seu treinamento começa de imediato e o jovem logo percebe que seu novo padrasto não é do tipo carinhoso e que seu futuro como detetive, ou como qualquer outra coisa, vai depender de muito mais do que força de vontade.
Ao mesmo tempo em que coloca em prática sua investigação para encontrar seu pai, Carver é apresentado para a agencia onde Hawking trabalhava. Uma instituição secreta e subterrânea que possui os meios e a tecnologia necessários para qualquer central de inteligência de qualquer polícia no mundo.

Mas as coisas começam a se complicar quando outro assassinato grotesco ocorre na cidade. Da mesma forma que fora recentemente, a vítima é uma mulher nobre que foi brutalmente assassinada e estripada pelo agressor. A agência começa a colocar todos os seus esforços para capturar o assassino e Hawking passa a ser menos frequente na vida do jovem, que se vê sozinho na busca por respostas tanto na nova profissão, quanto sobre seu pai.

Sem querer, Carver irá cruzar o caminho do assassino mais perigoso de sua época enquanto busca por seu pai. Sem apoio, sem ajuda, sozinho e diante de revelações assombrosas, o jovem detetive se vê em uma posição onde pode ser o único capaz de prender o assassino, mas antes precisa convencer a agência, Hawking e toda a polícia de que suas teorias não são somente um delírio juvenil.


Gostei muito da história do livro, dessa ideia de o Estripador ter saído de Londres par continuar cometendo seus crimes. O livro não cai no clichê de romances policiais onde só o autor pode desvendar o final pois você nunca tem todas as evidencias. Se for atento consegue montar o quebra-cabeças sem grandes dificuldades.

Gostaria que a agência de detetives tivesse sido melhor explorada. Há uma infinidade de possibilidades ali, mas por alguma razão o autor preferiu tirar o foco da agencia e grande parte da investigação de Carver é por conta própria. Também não gostei muito do final, ficou um que de continuação que não sei se vai vir ou não.


Trechinhos:

“- É um homem da lei senhor...?
- Depende de a que lei a senhorita se refere. Eu sigo a minha própria. Um lampejo a fez virar a cabeça para a mão dele, que agora segurava uma longa e afiada faca cuja lâmina refletia o brilho amarelado vindo da lamparina a gás. Quando Elizabeth B. Rowley voltou a levantar os olhos, a mão ele já estava em sua garganta. Qualquer som que ela pudesse ter emitido, qualquer objeção que pudesse ter feito, foram abafados pelo forte punho dele.
Ele a levantou com firmeza até que, a começar pelos calcanhares, os pés dela não mais tocassem o chão.
- E, por favor, não vamos nos deter com formalidades – pediu ele. Você pode me chamar de Jack.”

“Ele vasculhou a escrivaninha até encontrar um tubo de vidro de cerca de oito centímetros, com tampas de borrachas nas duas extremidades. Tirou uma das tampas e enrolou a carta com esmero, colocando-a dentro do tubo. A seguir, inseriu-a num tubo mais grosso, atrás de sua mesa. Com um som súbito, ela foi sugada.”

“Com todos os olhares voltados para ele, Carver se levantou e seguiu para a porta. A ideia de buscar um ex-interno do Octógano não era muito animadora, no entanto, como Hawking havia feito a gravação semanas antes, ocorreu-lhe pela primeira vez que Hawking poderia ser, ao mesmo tempo, genial e insano.”

“Do lado de fora, o sol estava fulgurante. O ar estava mais quente; as cores tinham voltado. As calçadas estavam limpas, apesar de haver um monte de neve em cada esquina. O cinza puro dos paralelepípedos sobrepujava o branco na Broadway. Pessoas, carroças, carruagens e bondes, todos se moviam como se nunca tivesse havido uma nevasca.”

Stefan Petrucha.
Conclusão:
Foram somente dois dias para terminar de ler Jack, O Estripador em Nova York e isso porque o livro vicia. É aquele tipo de livro que você quer saber o final e não consegue largar. É perfeito para quem quer passar algumas horas em companhia de uma boa história.

Autor: Stefan Petrucha
Livro: Jack, O Estripador Em Nova York (Ripper)
Editora: Vestígio (Philonel Books)
Ano: 2015 (2012)
Páginas: 285

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