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Entrevista Thrity Umrigar

A equipe da Globo Livros conversou com a autora sobre os romances 'A hora da história', 'A distância entre nós' e 'A doçura do mundo'.

A autora indiana é uma best-seller mundial e uma das preferidas deste blogueiro. Sua escrita é sensível e absurdamente realística, muito parecida com outro indiano best-seller também da Globo Livros, o Khaled Hosseini.

Você pode pensar então que um é cópia do outro, mas isso não é verdade. Cada autor tem seu estilo e eu particularmente prefiro o da Umrigar. Diferentemente do conterrâneo, ela escreve sobre as dores humanas sem apelar para a ficção. É quase como se estive contando uma história de família para outros parentes que estão por lá de visita. São livros excelentes que merecem todos os prêmios que receberam. E é por gostar tanto de sua obra que publico aqui a entrevista que o pessoal da Globo Livros fez com a autora. Se você ainda não leu nada da autora, quem sabe conhecendo seu ponto de vista não fique motivado? Eu recomendo!

Se preferir, veja a entrevista no original, lá com o pessoal da Globo Livros.


GL - Você encantou os leitores brasileiros com A distância entre nós. Alguma vez imaginou que, ao escrever sobre as diferenças entre classes sociais na Índia, você emocionaria milhares de pessoas em um país tão distante?

Thrity Umrigar - Honestamente, nunca pensei que alguém no Brasil seria tocado por um romance que se passa na Índia. Embora sempre acreditasse  que pessoas de uma determinada classe social têm muitas coisas em comum com pessoas na mesma situação em outros países, nunca pensei que isso de fato se aplicaria aos meus livros.


GL - Depois de conhecer melhor os brasileiros, o que você acha que temos em comum com os indianos?

Thrity Umrigar - Depois de visitar o Brasil e manter contato com muitos brasileiros pelas mídias sociais, parece estranho que eu tenha me surpreendido com o fato de meus livros tocarem o coração das pessoas nesse país.
Notei que os países têm muito em comum e compartilham questões políticas, econômicas e sociais, apesar de a Índia ser muito mais pobre do que o Brasil. O que percebi  ao chegar ao Rio é que os brasileiros têm a mesma cordialidade que eu amo no povo indiano. O senso de hospitalidade, a forma como as pessoas são acolhedoras, isso foi muito familiar para mim. Na verdade, o Rio de Janeiro me lembrou  Bombaim de um  jeito que me deixou bastante chocada.


GL - Em seus romances, os personagens lidam com situações difíceis como luto, aborto, tentativa de suicídio, mas superam os problemas e conseguem aprender algo com suas experiências. Você acha que seus livros ajudam as pessoas a lidarem com seus problemas no dia a dia? 

Thrity Umrigar - Qualquer escritor amaria acreditar que suas palavras foram úteis para aliviar o luto de alguém ou ajudaram uma pessoa a lidar com a sua própria vida. Meu ego não é tão grande a ponto de eu acreditar que meus romances possam fazer isso. Seria a mais alta realização para mim, porque a literatura é feita para falar ao coração humano.


GL - Em A hora da história a psicanálise ajuda a Lakshmi a se conhecer melhor e a ter uma vida mais feliz. Você chegou a fazer análise em algum momento da sua vida? Se sim, isso ajudou no seu processo criativo?

Thrity Umrigar - Não vejo uma relação direta entre a terapia e o processo criativo, mas acho que os escritores precisam estar em contato com seus sentimentos mais íntimos. Conhecer a si mesmo, conhecer o seu coração, ajuda a compreender a complexidade das pessoas.

GL - O choque cultural é um elemento nas tramas de A hora da história e A doçura do mundo. Foi difícil quando você se mudou para os Estados Unidos?

Thrity Umrigar - Tive uma transição fácil quando me mudei para os Estados Unidos. Foi surpreendente.  Cresci lendo autores americanos, lendo histórias em quadrinhos quando era criança. Assistia a filmes de Hollywood e escutava rock n’ roll, então tinha uma boa base sobre a vida cultural nos Estados Unidos.


GL - Seus personagens são complexos e passam por muitas experiências. Você usa sua vivência nos seus romances? Qual deles tem mais traços autobiográficos?

Thrity Umrigar - Eu suponho que todos usamos diversos elementos de nossas vidas quando contamos uma história. Às vezes usamos eventos e situações da nossa própria vida, em outros momentos recorremos às histórias que ouvimos de outras pessoas. Tenho certeza de que usei elementos autobiográficos em meus romances, mas meus personagens são totalmente ficcionais.


GL - Você cria personagens femininas fortes que, ao mesmo tempo, são muito diferentes entre si. Suas personalidades, idades e problemas variam bastante. Você tem alguma preocupação especial de escrever sobre questões femininas?

Thrity Umrigar - Eu me interesso por analisar e desconstruir o poder em todos os seus disfarces: raça, classe, nacionalidades e certamente o gênero. Gosto de observar como o poder afeta quem o detém e aqueles que não têm poder algum. Nas sociedades patriarcais, é comum que as mulheres não sejam privilegiadas e me interessa explorar o impacto dessa realidade em suas vidas, como elas aprenderam a ser fortes apesar de não estarem em posições de poder. Além disso, procuro saber quais forças unem e dividem as mulheres.

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