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Resenha (36) - Fios de Prata

Fios de Prata

Sinopse:
“Tu inspiraste Rowling, e foi nas terras de Morpheus que se moldou Hogwarts. Tu inspiraste Tolkien, e foi nas terras de Phantasos que se anexaram as extensões de Terra-Média. Tu inspiraste Lovecraft e em minhas terras se fixou Miskatonic. Então eu te pergunto com sinceridade, anjo: até onde vai tua vontade de ser coadjuvante em um mundo de formas e pensamentos?”
Há séculos, Madelein, atual madrinha das nove filhas de Zeus elevadas à categoria de Musas, tornou-se senhora de um condado no Sonhar, responsável por estimular os sonhos despertos dos mortais. Uma jogada ambiciosa, porém, para ascender de posição, acaba por iniciar uma guerra épica envolvendo os três deuses Morpheus, Phantasos e Phobetor, trazendo desordem a todo o planeta Terra.
Envolvido em sonhos lúcidos e viagens astrais perigosas, a busca de um sonhador pelo espírito de sua mulher no Inferno, entretanto, torna-se peça fundamental para resgatar elementos destruídos em uma guerra envolvendo manipulações oníricas, sonhos partidos, jornadas espirituais e o destino de mais de sete bilhões de sonhadores terrestres.
De Dante Alighieri a Alan Moore, de William Shakespeare a Neil Gaiman, Fios de Prata – Reconstruindo Sandman elabora uma epopeia moderna ao redor de uma declaração de amor à literatura fantástica e ao melhor dos sonhos humanos.
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Sempre namorei a trilogia Dragões de Éter que vive com ótimos preços no submarino mas até hoje ainda não criei coragem de comprar. Ao contrário da maioria dos leitores não é por preconceito ao escritor brasileiro, só não comprei porque li muitas histórias de dragões e consequentemente o título me deixou meio com sensação de mais do mesmo, o que provavelmente deve ser injusto pelo que leio sobre os livros.
Mas como Raphael Draccon tem uma verdadeira legião de fãs, daquelas que chegam a ficar violentos se contraditos, não resisti e comprei Fios de Prata para conhecer o trabalho dele.
Não, não me tornei um fã que dá gritinhos e puxa os cabelos quando houve o nome do ídolo mas, admito que o livro é bom. Na verdade, o livro é mais que bom, é excelente.

A história é muito envolvente o tempo todo e tem poucos diálogos cansativos comumente encontrados em livros de fantasia. Também não faltam passagens co ação e cenas muito bem descritas que entram em nossa mente dando o tempo todo imagens de um filme que estamos lendo e não vendo. Acho que esse é o principal ponto forte do draccon, ele consegue inserir aquilo que ele imagino em nossa mente enquanto estamos lendo.

A história conta narra a vida do super astro do futebol brasileiro Allejo (qualquer um que tenha entre 25 e 35 anos deve ter resgatado uma boa lembrança com o nome do protagonista né?) e tem como segunda protagonista a Ariane, a mais nova joia da ginástica brasileira. O que eles fazem? Nada na verdade.
Mas contra sua vontade são arrastados para uma guerra que transcende dimensões e sai do plano físico diretamente para o espiritual, mais especificamente para as terras do sonhar, lar de Phantasos, Phobetor e Morpheus, este último mais conhecido como Sandman.

Ambos serão jogados em uma guerra dentro do universo mais fantástico já criado pelos Deuses, onde tudo é possível e onde as melhores ideias e obras da humanidade surgiram. O destino dos homens não será decidido no plano físico com armas de verdade, mas nos planos espirituais do sonhar onde elfos, dragões, demônios, anjos, soldados e tudo mais que flutua pela mente humana irão travar a batalha mais importante da história da humanidade.
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Pontos positivos:
  • Tem bases religiosas que dão veracidade a história.
  • História prende o leitor.
  • Tem passagens bonitas. Draccon escreve com sabedoria.
  • Desenvolvimento dos personagens é bom.
  • Final é interessante.


Pontos negativos:
  • Se não prestar atenção vai se perder no que está acontecendo.
  • A mistura de muitos mitos polui um pouco a história no final.
  • O ritmo corrido da história pode ajudar a confundir alguns leitores.

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Trechinhos:

“Violentamente eles eram tragados para longe daquele cenário, em uma velocidade tão rápida, que pareciam se desintegrar no processo. A visão era tenebrosa. Ele tinha a certeza de que era uma teia, mas uma teia etérea. Pois seus fios não eram fios de seda. Eram fios de prata.”
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“E no ponto mais alto dessa construção macabra, um vigia observava atentamente. Um sentinela na forma de um dragão colossal. Um dragão-rei de mais de quarenta metros de comprimento, com dentes do tamanho de espadas, que emanava energia negativa apenas ao respirar. Ele era Balerion, o sinistro Deus-Dragão negro.”
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“Quem é você então? – ele insistiu. – A pergunta não é essa. Silêncio. – O que vocês esperam de mim? – A pergunta não é essa. Silêncio. – Por que estou aqui? – A pergunta ainda não é essa. Silêncio. – Quem sou eu? – Enfim perguntaste.”
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“Ele observou mais uma vez o quadro. Releu a frase do poeta português pintada a mão. O homem é do tamanho do seu sonho. Mikael Santiago ainda se sentia pequeno...”
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“Poderiam homens santos. . . serem santos. . . e serem homens?”
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“- Serão dias de delírio; desespero; desejo e morte...A voz de um Deus que já não estava mais lá foi apenas o que restou de resposta. É disso que são feitos os sonhos...”
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Conclusão:

Não podemos dizer que é uma obra-prima, mas é um ótimo livro, muito bem escrito e com uma história totalmente original e bem elaborada. Só por isso já mereceria ser lido. Mas Fios de Prata vai além, não é só uma boa história, são ideias e sonhos escritos ali esperando o leitor perspicaz e é por isso que recomendamos esse livro.


Autor: Raphael Draccon
Livro: Fios de Prata.
Editora: Leya.
Ano: 2012

Páginas: 352

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