O Último Jurado
Em uma área de mata densa e coberta por
pântanos, charcos e brejos instalou-se, no Mississipi, a família Padgitt, desde
sua origem, notória por feitos ilícitos: vários anos de fabricação de uísque
ilegal, contrabando, roubo, suborno, prostituição e até assassinato. Reservados
e unidos resguardavam sua privacidade, sempre temerosos de que alguém se
infiltrasse em seu pequeno reino e interrompesse seus lucros consideráveis.
Cuidadosos, inteligentes, determinados e pacientes em suas maquinações, nunca
qualquer de seus membros fora acusado de crime algum. Até que Danny Padgitt, o
filho caçula, é preso pelo estupro e assassinato da jovem e atraente viúva
Rhoda Kassellaw, e consegue, assim, aterrorizar o pacato condado de Ford.
Apesar da ênfase descrita na sinopse em
cima da família Padgitt, o livro não foca nessa família nem no assassino, apesar
de serem os responsáveis pelos poucos momentos de clímax do livro. A história é
contada por Willie Traynor, jovem recém formado
que acabou adquirido por acaso o jornal local da cidade de Clanton, no estado
do Mississippi. Assim que adquiriu o jornal, o jovem repórter e agora
empresário enfrenta um dos piores crimes da história da cidade e vai explorar
essa história com boa dose de sensacionalismo mas também justiça. Suas ações
vão refletir e influenciar diversos acontecimentos relatados no livro,
inclusive no julgamento do assassino, o que acaba por colocar em xeque a
segurança de Traynor.
Li o Dossiê Pelicano do mesmo autor e
adorei! Quando vi este livro no submarino pela bagatela de R$9,90 não pude
deixar de comprar, mas confesso que apesar de não achar o livro ruim, fiquei
decepcionado.
Não há um bom mistério no livro. Ele é
narrado como se seu avô de repente começasse a contar a vida dele, que não tem
nada de excitante a não ser um ou dois fatos isolados, e de repente você acorda
ainda no sofá, com o vovô ainda falando, só para se decepcionar com o fim do
conto, que realmente nada tinha de excitante. Mas não posso classificar o livro
como ruim, somente achei a historia e o enredo como um todo muito fracos, como
se fosse escrito apenas para ser mais um entre os outros 28 que o autor já
escreveu.
Os pontos legais do livro vão para a visível
desigualdade social e o tom de represália do autor contra o racismo da década
de 60 que ainda sobrevive em partes dos Estados Unidos. Além disso, mostra como
todo sistema governamental é corrupto, mesmo em uma honesta cidade do interior
americano. Sem grandes acontecimentos, a história te prende somente pela expectativa
de algo em breve vai acontecer, sendo que somente no final algo de fato
acontece, mas acabou me decepcionando, pela forma imediatista em que acaba.
Pontos positivos:
- O livro prende pela expectativa.
- Leitura bem simples e de linguagem comum.
- Leitura rápida.
- Ótimo custo benefício.
Pontos negativos:
- Os personagens são pouco explorados.
- Falta emoção.
- Poucos momentos são empolgantes.
- Final confuso.
Conclusão:
Para passar o tempo e se entreter um
pouco, vale a pena se conseguir pagar os mesmos R$10,00 que eu paguei, caso
contrário, há muitos livros excelentes do autor que merecem ser lidos primeiro.
Autor:
John Grisham
Livro:
O Ultimo Jurado (The Last Juror)
Editora:
ROCCO (Doubleday)
Ano:
2005 (2004)
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