Em Porto Negro, capital da ilha de São Cristóvão,
todo mundo conhece Santiago Cardamomo, o bom malandro que trabalha na estiva,
tem muitos amigos e adora mulheres, de preferência feias, raramente passando
uma noite sozinho. O seu sucesso com o sexo oposto, aliás, provoca inveja
naqueles a quem a sorte nunca bateu à porta, sobretudo o enfezado Rolindo
Face, que há muito alimenta esperanças pelo amor de Ducélia Trajero ¿ a filha
que o patrão açougueiro guarda como um tesouro. Até que, no dia em que
ensaiava pedir a mão da doce jovem, Rolindo assiste sem querer a um pecado
impossível de perdoar, e que acabará por alterar a vida de incontáveis
porto-negrinos, incluindo a da própria mãe; a de um foragido da justiça que
vive um amor clandestino para se esquecer do passado; a de Cuménia Salles, a
dona do Chalé l'Amour, a mais famosa casa de meninas da cidade; ou a de
Chalila Boé, um mulato afeminado que, nas desertas horas da madrugada, se
perde pelo porto à procura do amor. O pecado de Porto Negro, obra finalista
do Prêmio LeYa de Portugal, é um mosaico de histórias que vão se encadeando
para construir um romance admirável sobre o caráter circular do destino e a
capacidade do passado de ressurgir quando menos se espera.
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