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Resenha (57) - Alameda dos Pesadelos


Alameda dos Pesadelos

Sinopse:
Vívian era apenas uma mulher solitária, com uma vida normal, presa em sua rotina sem graça, até a noite em que presencia um acidente. A partir daí seu pesadelo começa; ela passa a ter visões de um homem que conheceu no passado e desejava nunca mais encontrar. E o pior: ele quer vingança. Até que ponto um pesadelo é fruto da imaginação? Vívian descobre que o limite entre a alucinação e a realidade é tão pequeno que a loucura está a apenas um passo de distância e o pesadelo pode estar escondido na nossa mente, como um monstro à espreita, esperando sua chance de despertar. E para escapar do seu horror particular, Vívian precisará entender quais foram seus erros. E finalmente aceitar a própria culpa.

Jogo Silent Hill Foi uma das inspirações da autora.
Este é o primeiro livro espírita que estou resenhando aqui para o blog, apesar de não ser nem de longe o primeiro que leio. Aliás, aproveitando o gancho, sim, caro leitor, o livro é um drama espírita, portanto se tem preconceito com a religião ou se sente incomodado ou ainda é incapaz de desprender a doutrina religiosa da história então este livro não é para você.

Se você faz parte do outro grupo iluminado que consegue acompanhar uma história excelente mesmo quando encontra algo controverso então se prepare para uma história angustiante, um thriller dramático de dar nos nervos, mas que deixa a sensação de quero mais quando termina a última página.
  
O livro é bem construído. Ficamos presos a história e seus personagens logo no começo. Sem enrolar muito com descrições cansativas, a autora vai desenvolvendo a história fato após fato, intercalado com alguns flashbacks que são essenciais a construção do enredo. Quando você menos espera está com os olhos grudados nas páginas torcendo pela protagonista, curioso para saber mais sobre o cenário que rodeia os personagens.

Apesar de ser um livro espírita, ou seja, baseado na doutrina espírita kardecista, o livro não é cansativo nem tenta ensinar religião ao leitor. Os que conhecem o espiritismo vão saber se situar nos cenários e os que não conhecem podem encarar tudo com um pouco de fantasia sem problema nenhum. Fora escrito de forma tão simples, que acredito ser capaz de cativar qualquer um que queira uma leitura rápida e envolvente para perder algumas horas.

O livro é uma narrativa em primeira pessoa da protagonista, Vivian, uma mãe solteira de meia idade que tem uma vida difícil e cheia de dissabores.

Em mais um dia chuvoso em São Paulo ela cruza por um acidente de moto, com uma vitima fatal que é o motoqueiro. Nada anormal nessa megalópole brasileira porém Vivian ainda não sabia, mas esse acidente estaria ligado diretamente a ela.

Vivian chega em casa e no dia seguinte seu inferno começa. Sem mais nem menos, ela começa a ser perseguida pelo pai do seu filho e ex-namorado seu. Por mais que tente fugir dele ele continua aparecendo e atormentando sua vida. E pior, até mesmo seu filho, que nunca o tinha visto, passa a ter sonhos com ele.

Antes que pudesse entender como isso podia estar acontecendo e o que ele queria, mais um golpe vem atingir Vivian. Durante um assalto frustrado no transito ela é baleada no peito. Ao acordar está em um local que nunca pensou que fosse possível existir e seu Ex está lá também, esperando que ela abra os olhos para começar a tortura e a vingança pela qual aguardou por muito tempo.


Adorei a forma como Karen escreveu o livro. O drama é muito bem construído e a leitura fluiu com muita naturalidade. O fato de ser um romance espírita, mas sem doutrinar muito quem Le também contribui, e muito, para que a leitura se torne prazerosa. O final, sem um romance lenga lenga também me agradou bastante, principalmente por retratar algo mais especial, algo que transcende nossa percepção terrena.

Acho que o que menos gostei, apesar de ter gostado do conjunto todo, foi do Gabriel, o ex de Vivian e que passa a atormentá-la. Além dele ser praticamente um psicopata, é também o personagem mais fraco do livro. Sabemos muito pouco dele e quase não há diálogos com ele. De maneira alguma estraga ou diminui a história, mas eu, particularmente, gostaria de saber mais sobre ele.
 
Karen Alvares
Trechinhos:

“A vida é só um jogo, afinal.
Essa eu aprendi com um menino de apenas oito anos. Aliás, idade nem sempre quer dizer sabedoria... Isso eu demorei bastante para entender. Eu não imaginava que tinha tantas coisas para aprender.”

“Quando terminamos e ofegantes observamos juntos o ventilador do teto, tinha sobrado o cansaço e o medo. A púnica coisa que passava pela minha cabeça é que eu não deveria ter feito aquilo. Não tinha sido minha primeira vez, apesar de meus pais não desconfiarem nem por um segundo disso, mas dessa vez não tinha parecido certo, apesar de ter sido bom. Era difícil descrever mas havia algo ali, indiscreto, escondido e escuro, que ficava no meio de nós dois, mesmo quando nossos corpos estavam conectados.”

“Seria possível? Será que aquilo tudo tinha sido um sonho? A casa, a tortura, Gabriel... A alameda, aquela mulher no final de tudo. Passei a mão pelo rosto, mas não encontrei as minhas feridas. Era quase como se nunca tivessem estado ali. Mas em compensação, ainda me sentia tonta e fraca. A fome e a sede continuavam muito reais.”

“Pensar naquilo doía. Era aquela dor de quem não pode voltar atrás, de quem gostaria muito de ter uma máquina do tempo, mas sabe que isso não existe. A vida não era assim tão fácil. Não se podia apagar o passado com uma borracha. A vida é escrita com tinta de caneta permanente e tudo que se pode fazer é aproveitar as páginas em branco para criar uma nova história dali em diante.”

Conclusão:
Alameda dos Pesadelos me surpreendeu. Fazia muito tempo que não lia um livro espírita, que eu adoro por sinal, e foi muito bom ter em mãos uma obra de qualidade no gênero. O drama criado por Karen Alvares me prendeu do começo ao fim e li o livro em dois dias e só não foi menos porque tive alguns contratempos, mas não conseguia largar o livro.

Recomendo para todos que gostem de uma boa história, seja de fantasia, drama, romance ou espírita. Valeu a pena a espera para chegar minha vez no Book Tour.


Autora: Karen Alvares
Livro: Alameda dos Pesadelos
Editora: Cata-Vento
Ano: 2014
Páginas: 265

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