Dragões de Eter - Círculos de Chuva
Sinopse:
Nova Ether é um mundo
protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém,
cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltam contra as
antigas raças. E assim nasce a Era Antiga. Hoje, Arzallum, o Maior dos
Reinos, tem um novo Rei e vive a esperada Era Nova. Coisas estranhas,
entretanto, nunca param de acontecer... Dois irmãos sobreviventes a uma
ligação com antigos laços de magia negra descobrem que laços dessa natureza
não se rompem tão facilmente e cobram partes da alma como preço. Uma
sociedade secreta renascida com um exército de órfãos resolve seguir em
frente em um plano com tudo para dar errado em busca do maior tesouro já
enterrado, sem saber o quanto isso pode mudar a humanidade. O último príncipe
de Arzallum viaja para um casamento forçado em uma terra que ele nem mesmo
sabe se é possível existir, disposto a realizar um feito que ele não sabe se
é possível realizar. Uma adolescente desperta em iniciações espirituais
descobre-se uma mediadora com forças além do imaginário. E um menino de cinco
anos escala uma maldita árvore que o leva aos Reinos Superiores, ferindo
tratados políticos, e dando início à Primeira Guerra Mundial de Nova Ether.
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Este é o terceiro e
consequentemente último, livro da trilogia de Raphael Draccon. Posso garantir
a vocês que valeu a pena ler todas as mais de 500 páginas de Círculos de
Chuva.
O livro flui com
naturalidade, continuando a história da onde havia parado em Corações de Neve,
com Nova Éter em vias de iniciar sua primeira guerra mundial e nossos personagens
afastados e perdidos em suas próprias sagas.
Mais uma vez Draccon muda de
forma sutil sua narrativa. A sensação que temos é de que todos os livros são
diferentes e ao mesmo tempo uma coisa só. Isso não é ruim como você pode
estar pensando! O autor se adaptou ao próprio texto e sua mudança na forma de
contar a história não atrapalha, pelo contrário, dá corpo a narrativa e a
torna mais agradável de ler e de acompanhar.
Com uma trama bem costurada
desde o primeiro livro, Círculos de Chuva encanta o leitor que acompanha a
história. É pouco provável que alguém irá se decepcionar com o desfecho de
Nova Éter ou dos seus personagens preferidos.
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O que mais gostei no livro
foi à manutenção da história. Não teve muitas invenções nem eventos
grandiosos e exagerados, comum em livros de fantasia nacionais. É visível que
o autor sabia onde queria chegar desde o começo e não ficamos com a sensação
de um final feito as pressas ou de muita enrolação só para compor capítulo. O
universo criado, a ideia por trás de tudo, torna essa trilogia deliciosa de
ler e quase impossível para amantes de fantasia não gostar.
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O que não gostei foi a forma
como alguns personagens sumiram ou foram relegados do primeiro plano para
meros coadjuvantes. Não estragou a história mas alguns personagens dos quais
eu gostava ficaram meio esquecidos na história. E como todo ser romântico que
leu Dragões de Éter também não gostei de algumas, ou todas, as coisas
referentes a Áxel x Maria.
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Trechinhos:
“Compreendo tua visão.
Entretanto, anos como homem do mar, e curioso pela natureza humana, me
ensinaram uma lição que tomei como um perfeito axioma: culturas não e medem
com sinais de mais ou de menos. Se assim o fizermos, com certeza elas terão
muito espanto m relação a atitudes da cultura humana.”
“(..)orientais que cruzam
oceanos em máquinas voadoras construídas por gnomos que trazem mensagens de
princesas de Jade, que existe mais entre o cú e a terra do que podemos supor.
E que existem linhas traçadas por um Criador que não podemos compreender por
completo, mas sempre possuem um sentido. E eu preciso acreditar nelas. Porque
a existência de um homem também esbarra na fé.”
“Áxel Branford descobria um
mundo em que bastavam pensamentos e sentimentos para seres de raças
diferentes se compreenderem. E, se isso não tocava na fantasia mais profunda
da busca de uma alma humana, então o fantástico não existia.”
“Uma vez, Ariane lhe contou
sobre um sonhos estranho de uma terra em que cavaleiros acendiam os olhos
quando próximos de seres bestiais, e, para variar, a garota se ofendeu quando
ele riu da seriedade com que ela levava aquela conversa. Dessa vez, porém, os
olhos não se acendiam, mas era impossível negar que ele passava a compreender
a atração irracional de um inimigo pelo outro.”
“Você é mais burro do que
pensei. Logo, se é estúpido, faça então o trabalho que qualquer estúpido pode
fazer. Limpe a sujeira espalhada pelo estábulo, dê ração aos animais e depois
dê banho no cavalo. Ela já está cheirando pior que você. . . “
“Tipo... eu tava com
saudade... sabe... assim ó... – e ela aproximou o polegar do indicador, como
se fosse uma saudades bem pequena. João Hason sorriu. Um riso desarmado, do
tipo que um homem sorri diante de uma mulher que consegue dele o que quiser,
simplesmente porque existe.”
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Conclusão:
Como sou feliz por ter tido
em mãos a trilogia de Raphael Draccon. Um conto de fadas que na verdade é uma
releitura de conto de fadas que conta a vida de pessoas fantásticas e fala de
valores como honra, sinceridade, humildade e dignidade. Uma história de monstros
e de heróis, de bruxas e de caçadores, de piratas e príncipes mas, acima de
tudo, fala sobre amor e sobre o que a vida tem de bom. Em Nova Éter podemos
viver outro mundo e outras vidas, nas palavras de Draccon sonhar e imaginar nunca
pareceu tão fácil.
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Autor: Raphael Draccon
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Livro: Dragões de Éter – Círculos de Chuva
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Editora: Leya
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Ano: 2012
|
Páginas: 534
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