Convergente
Sinopse:
A sociedade baseada em facções, na qual Tris Prior
acreditara um dia, desmoronou – destruída pela violência e por disputas de
poder, marcada pela perda e pela traição. No poderoso desfecho da trilogia
Divergente, de Veronica Roth, a jovem será posta diante de novos desafios e
mais uma vez obrigada a fazer escolhas que exigem coragem, fidelidade,
sacrifício e amor. Livro mais vendido pela Amazon no segmento infantojuvenil em
2013, Convergente chega ao Brasil em meio à expectativa pela estreia de
Divergente nos cinemas, em abril. A série segue no topo na lista de bestsellers
do The New York Times.
Quantas criticas. Assim que terminei o livro fui buscar a
opinião da blogsfera literária sobre o final que a Verônica Roth escreveu e me
surpreendi com a opinião dos faz da trilogia. Para não deixar spoilers, algo
que sempre tento evitar por aqui, não vou comentar o motivo de tanta revolta,
ainda mais que adorei como os fatos se desenrolaram.
Para mim Convergente é a cereja do bolo de uma obra
fantástica que merece todos os aplausos e prêmios. Um presente para fãs de boa
leitura e para a própria autora que se mostrou capaz de montar um enredo
envolvente em todas as suas linhas e que não se apegou ao mais do mesmo, que
teve coragem de escrever um história como a vida é, e não um conto de fadas.
Assim que o grande segredo da existência das facções é
exposto em insurgente, Tris e Tobias se vêm em um dilema político e ideológico
com relação ao novo regime, liderado pela mãe de Tobias e pelos sem-facção. Em
meio ao caos de uma ‘quase’ guerra civil, nossos protagonistas decidem se
juntar ao grupo Convergente, uma divisão rebelde que luta contra o novo regime
e que busca a verdade sobre o que há por trás da cerca.
Juntos eles irão atravessar os limites da cidade para o
desconhecido e não vão ficar nem um pouco contentes com o que irão descobrir.
Manipulação, pré-conceito, vaidade e a
sempre incansável luta pelo poder os aguarda do lado de fora e mais uma vez,
cabe aqueles que acreditam e que tem esperança lutaram por dias melhores e
acima de tudo, por justiça.
Narrado na visão de Tobias e Tris o livro ganhou corpo e
riqueza em detalhes com o ponto de vista duplo. A política entra em cena de
forma muito bem elaborada e fortalece o cenário criado pela autora,
principalmente pela explicação fornecida para a existência da cidade de
Chicago, algo que achei uma ótima sacada e que de certa forma tinha esperanças
de que fosse assim e não simplesmente uma explicação qualquer.
Não gostei somente da forma como o governo atua de forma
tranquila diante dos fatos que estão acontecendo em Chicago. Esperava um pouco
mais de ação ou de uma guerra, mas acredito que isso iria estender o livro para
um quarto volume, portanto entendo como as coisas se desenrolaram. Mas mesmo
assim acho que faltou um pouco de pancadaria, pelo menos achava que ia
acontecer algum tipo de conflito da forma como insurgente termina.
O que mais gostei no livro? Difícil dizer! Divergente se
tornou minha série distópica preferida e fica difícil falar do que gostei
quando tenho a impressão de que gostei de quase tudo. Mas acho que a forma que
a autora criou os personagens e o mundo onde vivem é o diferencial. Ela não
quis se fixar em finais bonitinhos e passagens melodramáticas. No mundo
futurístico de Verônica Roth as pessoas são pessoas, elas amam, traem, matam e
morrem, do jeito que é na vida real e isso foi o que mais gostei, apesar de
aparentemente a maioria não ter gostado justamente dessa particularidade,....rs
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Trechinhos:
“Sinto o ímpeto, já familiar, de saltar para fora do meu
corpo e conversar diretamente com a mente dela. Percebo que é o mesmo ímpeto
que me faz querer beijá-la toda vez que a vejo, porque a menor distância entre
nós já me incomoda. Nossos dedos, que estavam entrelaçados com folga há alguns
instantes, agora estão agarrados uns aos outros. A palma da sua mão está úmida,
e a minha é áspera em alguns lugares, onde agarrei muitas barras de trens em
movimento. Agora, ela parece pálida e pequena, mas seus olhos me fazem pensar
em céus abertos que nunca vi de verdade, apenas vislumbrei em sonhos.”
“Para mim, quando uma pessoa faz mal a outra, as duas
compartilham o ônus dessa maldade. A dor dela pesa sobre as duas. O perdão,
então, é a opção por carregar o peso sozinho.”
“Seus olhos pálidos estão colados ao meus, determinados.
Nunca tive pais que me dessem bons exemplos, pais por quem valesse a pena estar
à altura das expectativas, mas ela teve. Posso enxergá-los dentro dela, na
coragem e na beleza que deixaram marcados dentro dela, como a marca de uma mão.”
“Existe um velho ditado – diz Matthew. – Conhecimento é
poder. O poder de fazer o mal, como Jeanine...ou o poder de fazer o bem, como
estamos fazendo. O poder em si não é mau. Portanto, o conhecimento em si não é
mau.”
“Claro – digo – Mas acho que, independentemente da
inteligência, as pessoas costumam enxergar o que já estão procurando, só isso.”
“...eu sei, sem que ninguém precise me dizer, que é isso
que o amor faz quando é certo. Ele torna você algo maior do que é, maior do que
acreditava ser capaz de ser.”
“Desde que eu era criança, sempre soube disto: a vida nos
danifica, a todos nós. Não há como escapar desse dano. Mas agora também estou
aprendendo isto: podemos ser consertados. Consertamos uns aos outros.”
“Quando o corpo dela atingiu a rede pela primeira vez,
tudo o que vi foi um borrão cinza. Eu a puxei pela rede, e sua mão era pequena,
mas morna. E então ela ficou em pé diante de mim, pequena, magra, simples e
comum em todos os sentidos, exceto pelo fato de que havia pulado primeiro. A
Careta havia pulado primeiro. Nem eu pulei primeiro. Os olhos dela eram tão
firmes, tão insistentes. Lindos.”
Conclusão:
Já disse que divergente se tornou minha distopia
favorita. A trilogia foi muito bem escrita e adorei cada linha que li em todos
os três livros. É claro que tem uma pegada teen no livro principalmente na
questão do romance, mas até isso Verônica soube levar com maestria tornando a
leitura prazerosa em todos os aspectos. Se ainda não leu, não perca tempo,
porque vale a pena!
Autora: Veronica Roth
Livro: Divergente (Allegiant).
Editora: Rocco (HarperCollins Publishers)
Ano: 2014 (2013)
Páginas: 528
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